segunda-feira, 30 de junho de 2014

À morte do desejo, que tanto busco

Esta é, provavelmente, a última coisa que você espera ler. E eu vou dizer, de qualquer maneira, pois eu devo: conheci alguém.

Eu não estava procurando, eu estava muito feliz, mas aconteceu. Eu estava sozinho quando ela entrou na sala. Ela perguntou as horas, tinha um compromisso. Ela disse algo, eu disse algo... E simples assim, eu quis passar o resto da minha vida naquela conversa.

E agora eu estou com isso, cravado na minha mente, no meu peito, pode ser que seja ela. Ela é engraçada, fala de um jeito único. É cheia de vontade, de personalidade, de inspiração. E ela é linda! Eu já vi mulheres muito bonitas em minha vida, mas ela está além, bem além...

Ela é você, sempre será. O problema é que não faço ideia de como estar com você neste momento. E isso me assusta, de um jeito, que minhas mãos tremem ao escrever aqui. Eu tenho esse medo constante de que se não estamos juntos neste momento, talvez nos percamos. A distância é colossal, a rotação é contínua, o caminho é cheio de intempéries, e as pessoas têm a mania de dormir no ponto, de piscar, e de perder os momentos. E se for esse o momento em que tudo poderia mudar?

Existe a possibilidade de que a espera seja melhor do que a conquista. Enquanto há um desejo, há uma razão para viver. A satisfação é a morte do desejo. Isso quem disse foi George Bernard Shaw e quem sou eu pra discordar? Quero dizer, ele foi um crítico literário e dramaturgo com mais de 70 peças, um Nobel de literatura e um Oscar, enquanto eu, nem blogueiro posso ser considerado.

Me agarrarei à ideia de que a espera não será um terror absoluto. Será até boa, pois o desejo de te reencontrar é extremamente motivador. Por ora, eu vou piscar o máximo que puder e aproveitar o som do silêncio. Porque quando estivermos juntos novamente, isso vai ter que acabar. Não vou querer perder nem mesmo os momentos entre os piscares de olhos. E vamos romper o silêncio de nossas almas, em meio a um hino de arquejos e suspiros.