"A sociedade dos idiotas é representada por dois diferentes e igualmente importantes tipos de idiotas: os que andam por aí procurando encrenca e os outros que dão bola pra isso. Esta é uma das histórias desses."
- Do que você tá falando Michel? Eu perguntei como foi a festa!
- E eu estou respondendo.
"Éramos eu, ou seja, Michel, e meu drugue, ou seja, Leandro. Estávamos em nossa república Palmares, tentando rassudocar o que faríamos na noite daquele dia.
- Vamos à festa da república Mississipi? - indagou Leandro.
- Vamos!
A noite caía e eu acabara de sair do banho. Vesti uma calça jeans azul, um par de tênis pretos com detalhes brancos e uma camiseta azul-marinho."
- Vamos à festa da república Mississipi? - indagou Leandro.
- Vamos!
A noite caía e eu acabara de sair do banho. Vesti uma calça jeans azul, um par de tênis pretos com detalhes brancos e uma camiseta azul-marinho."
- Precisa todos esses detalhes? Não é um boletim de ocorrência!
- Glória, você queria a história completa e além disso é importante pra você compreender exatamente tudo o que aconteceu. Agora posso continuar sem que você me interrompa? Prometo que o final é bem legal!
"Coloquei o tirante da oktoberfest em minha caneca de alumínio e desci, em direção à república aonde seria a festa, ou seja, a festa do Mississipi. No caminho parei para comprar cigarros e um pacote de halls preto. Quando cheguei à república, quase não havia ninguém ainda. Era um sobrado branco e parado ao lado do portão estava um rapaz de aparência jovem.
- E aí Michel? Ele disse. Vamos tomar umas?
- Só umas? Respondi. Vamos tomar é várias! Cadê o pessoal dessa festa?
- Ah, ainda está cedo né cara? Justificou-se.
Talvez fosse cedo realmente ou talvez a festa afinal não cumpriria minhas expectativas, pensei e enganei-me. Entrei e enchi minha caneca de cerveja e puxei conversa com outras pessoas que estavam no interior da casa. Com o tempo, mais pessoas foram chegando e mais animada a festa foi ficando. Mas eu não estava em um bom dia. Estava cansado dos estudos e chateado com alguns problemas do meu cotidiano. "Vou partir pra vodka ou essa festa não vai passar disso" pensei. No caminho encontrei Leandro, o jovem drugue. Acompanhado dele, estava uma garota de estatura baixa.
- Esta é a Carla, Carla Bruni - disse Leandro, e esse é o Michel que divide apartamento comigo. "Oi" ela disse.
- Ele é gay! - disse Leandro à garota - mas a gente não tem problema com isso lá na rep. A gente se respeita.
- De verdade? - surpreendeu-se.
- Pois é.
Conversamos algum tempo os três sobre assuntos diversos tais como a velocidade de vôo de andorinhas africanas e sobre a queda do império Assírio."
- De verdade?
- Glória, tudo o que eu digo é verdade.
"Ela pediu licença e dirigiu-se ao banheiro.
- Não vai desmentir que você é gay cara? - indagou Leandro.
- De verdade?
- Glória, tudo o que eu digo é verdade.
"Ela pediu licença e dirigiu-se ao banheiro.
- Não vai desmentir que você é gay cara? - indagou Leandro.
- Vou tentar beijar ela fingindo que sou gay - respondi."
- Você é um idiota, Michel!
- Você é um idiota, Michel!
"- Eu acho que não vai dar certo mas vai na fé cara...
- Por que não tentar né?
"Por que não tentar né?" Minhas próprias palavras ecoavam em minha mente, como um sino de igreja em uma mente. Talvez eu estivesse doido. Ou talvez, e só talvez, eu fosse um visionário. Fui em direção à cozinha e encontrei-a ao lado do galão de água o qual estava sendo usado para servir o suco gummy - uma mistura de vodka, água e suco em pó - que era o que bebíamos então; que não aguça em nada os sentidos e não te deixa pronto para um pouco da velha ultraviolência. Não! Isso é coisa de filme do Stanley Kubrick! "Hey" eu disse.
- Oi - respondeu.
- Procurando alguém? Perguntei.
- Não - respondeu. Ela disse que não estava mas seus olhos a contradiziam. Ela era toda dama, com pernas que iam compridas desde o torso até os pés. Os olhos lado-a-lado com seu nariz, apontavam em conjunto em minha direção. Braços do tipo com cotovelos e abaixo do pescoço, volumes em formato de seios.
- Michel? - disse ela em tom interrogatório. Talvez ela achasse que eu estivesse perdido em devaneios e tentara chamar minha atenção ou talvez, e só talvez, ela pudesse ler minha mente e havia descoberto todo o meu plano.
- Você é gay mesmo? - me surpreendeu. Havia ela descoberto tudo mesmo? Eu precisava pensar rápido!
- Sim.
- Ah, que pena que meu amigo gay não veio então. Ele é super fofo e eu acho que iria gostar dele.
Tudo indicava que ela havia comprado a história e eu precisava realmente daquela conquista. Eu precisava provar para mim mesmo do que eu era capaz."
- Você é um grande de um idiota, Michel!
- Glória... Por favor... Dá pra você só... Por favor?
"Precisava disso como um peixe fora d'água precisa de uma bicicleta -- muito.
- Você é um grande de um idiota, Michel!
- Glória... Por favor... Dá pra você só... Por favor?
"Precisava disso como um peixe fora d'água precisa de uma bicicleta -- muito.
- Então tá, vou pra lá! - disse e retirou-se para outro recinto da casa.
Pela forma como ela saiu eu podia dizer que alguém, ou algo, havia a assustado. Mas o quê? E por quê? Gummy? Estava eu louco ou estavam de alguma forma ligados? Eu precisava de um cigarro e de uma bebida.
Fui até a frente da casa e acendi um cigarro. Fiz o movimento "snap-hot'n'spin" com meu zippo para acender meu cigarro e posso garantir que ouvi algumas vozes femininas dizerem "uau". "Truques com zippo sempre impressionam as cocotas", pensei."
- Claro Michel, claro...
Fui até a frente da casa e acendi um cigarro. Fiz o movimento "snap-hot'n'spin" com meu zippo para acender meu cigarro e posso garantir que ouvi algumas vozes femininas dizerem "uau". "Truques com zippo sempre impressionam as cocotas", pensei."
- Claro Michel, claro...
"A festa estava animada mas aquilo ainda me perturbava. "Esqueça aquela garota" eu dizia a mim mesmo. Largue-a pra lá, como aquelas garras mecânicas largam os bichinhos de pelúcia no tubo para retirada do cliente. Ainda assim, uma pontinha de vontade queria persistir. Se ela podia realmente ler minha mente, então ela sabia que eu estava mentindo e portanto não iria acreditar que eu iria gostar do amigo gay super fofo dela. Talvez eu estivesse louco, ou talvez, e só talvez, eu estivesse finalmente são.
- Hey! - estava ela novamente ao meu lado - Me falaram que tem um cara andando por aí sozinho, olhando para o nada e mexendo os lábios como se conversasse sozinho. É você? - ela perguntou e, mais uma vez, eu precisava pensar rápido!
- Não! - respondi direta e tranquilamente. Como uma velha senhora contando ao seu netinho de seis anos a história de como sua mãe ainda bebê saíra andando pela rua durante um descuido em meio ao crochê das três. Minha mente revirava em pensamentos, vozes, premissas intrigantes. "Por que não fazem áreas para homens beberem cerveja e comer amendoim salgado em lojas femininas? E se um cara chamado Ivo fosse médico interno residente? Se eu não sou militar por que não ganho diploma de engenheiro civil ao final de um curso de engenharia?" Era realmente intrigante.
- Do que você está rindo? - ela perguntou. Se ela pudesse ler mentes então ela saberia o porquê do meu riso. Não. Ela não sabia! Tudo que ela sabia de mim era o silêncio e eu podia usar isso em meu favor. Eu devia usar isso em meu favor. Mas como? Pense Michel! Por que um gay iria querer beijar uma garota e por que ele ficaria quieto perto dela? A conclusão foi única, tardia mas única e infinitamente viva.
- Desculpe estar meio distante e quieto mas a verdade é que eu acho você muito atraente. Faz muito tempo que não me sinto atraído assim por uma garota.
Minhas palavras ecoaram e eu pude sentir que a afetaram. Ela sorriu. Eu sorri.
- Botaram fogo no sofá ali na frente! Gritou um jovem à multidão.
Eu estava um tanto cansado, pregado, esbodegado. A semana exigira algum dispêndio de energia como nenhuma outra. Então eu queria ir um pouco rápido com o flerte e a saidera."
- Então Michel, eu estou com um pouco de pressa. Não dá pra pular para o tal final que você disse que é legal?
- Tudo bem Glória... Mas já te aviso que está perdendo uma grande história!
"No curto silêncio que seguiu, por um momento, foi como se um grande pássaro voasse pra dentro do meu quarto. Eu senti todos os pelinhos do meu corpo ficando de pé. Calafrios subindo, como lentos lagartos, e descendo. Pois era lindo! Realmente lindo! Como uma sombra de uma árvore, onde eu me deito pra descansar e refletir sobre a vida.
- Técnica ninja do halls preto! Disse ela de boca cheia."
- Ah, esquece! Não quero saber mais dessa festa não... Tchau!
- Glória! Ei Glória! Espere!
Minhas palavras ecoaram e eu pude sentir que a afetaram. Ela sorriu. Eu sorri.
- Botaram fogo no sofá ali na frente! Gritou um jovem à multidão.
Eu estava um tanto cansado, pregado, esbodegado. A semana exigira algum dispêndio de energia como nenhuma outra. Então eu queria ir um pouco rápido com o flerte e a saidera."
- Então Michel, eu estou com um pouco de pressa. Não dá pra pular para o tal final que você disse que é legal?
- Tudo bem Glória... Mas já te aviso que está perdendo uma grande história!
"No curto silêncio que seguiu, por um momento, foi como se um grande pássaro voasse pra dentro do meu quarto. Eu senti todos os pelinhos do meu corpo ficando de pé. Calafrios subindo, como lentos lagartos, e descendo. Pois era lindo! Realmente lindo! Como uma sombra de uma árvore, onde eu me deito pra descansar e refletir sobre a vida.
- Técnica ninja do halls preto! Disse ela de boca cheia."
- Ah, esquece! Não quero saber mais dessa festa não... Tchau!
- Glória! Ei Glória! Espere!
5 comentários:
15/06/2013
Foi um sábado chuvoso, que eu me lembre...
13...
Essa história tem continuação?
O meu nome tá errado aí!
Como toda história, a continuação só depende da criatividade do escritor! haha
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