segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Vinicius, meu amigo

Talvez eu também tenha nascido marcado pela paixão. Aprendi a me apaixonar antes mesmo de aprender a ler. Desde que comecei a freqüentar a escolinha, aos meus 4 anos de idade, e comecei a interagir com outras crianças, houve uma garota. No começo era aquela garotinha que eu chamava de "minha namoiada", mesmo sem saber o que isso significava. Depois veio a pré-adolescência e a adolescência e eu sofri "pelos amores não-correspondidos". 

Assim como acontece com todos, eu mudei muito ao longo da minha vida. Meus objetivos mudaram, meus planos mudaram, meus problemas mudaram. O que eu posso dizer que jamais mudou (e provavelmente nunca mudará) é que sempre houve uma garota.

Algumas foram sempre simpáticas, outras nem tanto, pouquíssimas (mesmo) corresponderam. O fato é que eu não consigo pensar em uma época em que meus pensamentos não fossem preenchidos pela figura de alguma garota do meu convívio. Lembro-me de cada uma e do que me agradava em cada uma delas. Pode não parecer muito mas é! Já cheguei a me apaixonar, "namorar" e sofrer por 3 garotas diferentes num espaço de 12 meses. E ainda houveram algumas paixões menores entre uma e outra.

Hoje, claro, existe uma garota. Não seria "eu" se não houvesse. Mas essa, em especial, é uma charada que provavelmente eu jamais irei desvendar. Às garotas do meu passado, eu podia relacionar diversas características. Características essas que me fizeram gostar delas. Mas essa garota tem algo diferente.

Em geral eu fico um pouco desconfortável quando uma garota me olha fixamente nos olhos. Mas essa quando o faz, eu não fico. Ela o faz o tempo todo e eu retribuo. Tudo que precisa ser dito é dito dessa forma. E quando estamos juntos, todo o resto desaparece. É só eu, ela, ali, e nada mais. Eu me perco nela e ela se perde em mim.

Claro que eu poderia listar inúmeras características nela que me agradam. Mas dizer que eu a amo por alguma delas, isso eu não posso. Talvez eu a ame pelo conjunto de tudo, ou talvez eu a ame pela individualidade de nada. O fato é que, se fosse possível buscar no passado todos os "cacás" que já existiram, com suas peculiaridades e diferentes objetivos, e apresentassem-na a eles, todos se apaixonariam por ela no mesmo instante. E nenhum deles saberia dizer o porquê.

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