terça-feira, 12 de outubro de 2010

Esteve para mim...

Esteve para mim. Não como uma falsa prostituta toda produzida como isca para peixe. Não! Era orgulhosa de todas suas imperfeições, de todas suas pústulas, fendas, dobras. Não ocultava quem era, o que era, do que era feita.

"O que você quer?" me perguntava. Uma boa questão. O que eu sou? Um homem de verdade ou apenas um fantasma? Se, em noites quando o ar gelado corta fundo, um vento bater forte, eu desaparecerei? Qual o problema em ser real, em se doar?

A conclusão foi única e tardia. Algo despertou muito aborrecido. Infinitamente barulhento, infinitamente vivo. É tudo que eu tenho, minha única constante. Não posso doar meu coração a ninguém. Exceto a ela, a minha circe.

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