Ah, mulheres. O trabalho de minha vida!
Os seres mais incríveis de todo o universo.
Como me tentam e fazem sentir-me um garoto adentrando à puberdade.
Dotadas de complexidade infinita capaz de fazer qualquer resquício de idéia esvair-se em pensamentos voluptuosos.
Os olhos, os olhares. O que dizem esses olhos?
Nos contam histórias de algum passado distante com pomposa graça ou apenas despertam a nossa criatividade? Imagino o que não viram esses olhos.
Horas se passam em instantes. Será alguma violação das leis físicas?
Talvez se eu fitar estes olhos eu possa neles mergulhar, nadar até os fundos e adentrar esse mundo de dilemas e confusões. Entender e teorizar?
Não! É muito para um simples humano.
Compridos, curtos, loiros, ruivos, castanhos... Imponentes!
Os fios soltos sem direção ou mãos que os segurem. O vento os lança e eles voam brilhando cruzando a luz. Em noite de chuva, as mechas molhadas espalhando seu perfume.
E se eu roubar um fio? Me dê uma lupa! Quero ver de perto cada infinitésimo de vida vivida que este fio carrega.
O toque, suave, o aroma. Faz a circulação do sangue desviar seu foco.
Macia. Ah, que vontade de morder.
Calma! É só um caso de odaxelagnia. Apenas uma parafilia moradora dos meus deleites.
Só um ser de insensibilidade singular para suportar tal toque sem ter pensamentos libidinosos.
O sorriso. Eu resisto e ele insiste.
Me conforta, me abriga. Me deixa com cara de bobo apaixonado pré-adolescente.
Boca tentadora, viçosa, dotada de majestade exuberante. Seus arcos me domam, deliciam e deleitam. Devoram meu pensamento.
Lábios, dentes, língua. E eu subo, arrastado pelos cabelos e demais fios arrepiados. Pálido, petrificado, paralisado.
E eu subo, livre, voando a meu bel-prazer. Despojado, liberto, alforriado.
E lá no imensamente alto desmaio, incapaz, inapto. Ébrio de seu beijo, temulento de paixão.
O dia. A ressaca se aproxima.
O pensamento de indisponibilidade volta e a esperança de esquecer aquela pequena liberta escoa para o fundo do sanitário.
E ela se vai, levando uma gota de meu amor, fazendo pouco caso de minha estima sincera.
Ela me esquece. Eu não a esqueço. Afinal, quem pode esquecer tais olhos, tal toque, tal sorriso? Eu é que não posso!
E eu volto, à minha solitária boemia, à minha inépcia de amar.
2 comentários:
Nossa! será que você é o único homem que dá pra salvar nessa vida? Haha!
Texto foda. :)
muito bom
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